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Rock n Roll

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Foto: arquivo pessoal da banda Grimória

Rock n Roll: o ritmo que move Frederico Westphalen

O rock and roll, influenciado pela cultura afro-americana, nasceu como um ritmo marginalizado, dando voz a quem não era ouvido. Popularizado nos anos 1950 por Elvis Presley, considerado o "rei do rock", muitos atribuem a Chuck Berry o papel de verdadeiro pioneiro. Cantor, compositor e instrumentista, Berry desenvolveu elementos únicos do gênero e abordou temas ligados aos jovens e ao consumismo.

Nos anos 1960, os Beatles consolidaram o rock como força cultural global. John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr moldaram a contracultura, inovando em gravações e criando a "Beatlemania". Ao mesmo tempo, movimentos como o hippie e, no Brasil, o Tropicalismo, utilizaram o gênero para expressar questões sociais e políticas.

Embora tenha perdido espaço para outros estilos ao longo do tempo, o rock mantém sua relevância. Em cidades como Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, o gênero se transforma em um refúgio e uma ferramenta de conexão para quem busca criar uma comunidade em torno da música. Ainda hoje, bandas e festivais locais mantêm viva a essência do rock, mostrando que sua força ultrapassa gerações e geografias.

O Berço do Rock: uma Herança Familiar

A década de 1980 é considerada o grande momento do rock, com bandas como AC/DC, Guns N’ Roses e Bon Jovi dominando as paradas e inspirando jovens a criarem suas próprias bandas. No Oeste de Santa Catarina, o pai de Sandro Vieira formou um grupo que se apresentava em bares. Os ensaios aconteciam em casa, onde Vieira, ainda adolescente, aprendeu bateria e começou a tocar com o pai.

Aos 22 anos, Vieira decidiu transformar sua paixão pela música em profissão. Mudou-se para Frederico Westphalen (FW), onde integrou a banda Apocalipse e conheceu Léo Polli, hoje guitarrista do Conexão Brasil. “Era um negócio muito sério, nossa profissão, sobrevivíamos 100% da música”, afirma Vieira.

No entanto, os anos de ouro dos rockeiros tiveram um fim. Com a popularização da internet, gêneros como o funk e o sertanejo universitário ganharam destaque, enquanto o rock perdeu espaço. Além disso, a forma de consumir música mudou: as plataformas de streaming dominam o mercado, e a divulgação depende cada vez mais de presença ativa nas redes sociais. “Todo dia você tem que tá produzindo material novo e tem que tá mandando pra cá e pra lá, reacendendo aquela velha chama”, reflete Vieira. Apesar dos desafios e mais de 20 anos de carreira, ele permanece firme. “Hoje em dia está bem difícil, mas seguimos firmes e fortes”, afirma.

Atualmente, Vieira trabalha também como produtor musical e se tornou referência em jingles comerciais e políticos na cidade, como, por exemplo, as canções oficiais da ExpoFred, evento comercial produzido pela Prefeitura Municipal de Frederico Westphalen. Apesar de ter seguido outro caminho, a música continua sendo sua maior paixão. Em suas palavras: “Pra mim, (a música) é vida.”

Rock como Filosofia de Vida

Em Erechim, no interior do Rio Grande do Sul, vivia Luiz Nunes, mais conhecido como Fuga, um menino tímido que encontrou na música um refúgio e um lugar de identificação. "Eu não tive um pai presente e precisava de algo que me fizesse ter sentido para continuar. (Deus) me proporcionou que eu não me sentisse sozinho através da música", reflete Fuga.

 

​Apesar de ser respeitado na cidade, Fuga sente que seu ciclo em Frederico está se encerrando. Após duas décadas do Festival Na Mira do Rock e de outros eventos, ele acredita que há um limite para o que se pode conquistar com a música na região. O produtor critica a falta de apoio da prefeitura aos músicos locais e à cultura em geral, algo que, segundo ele, prejudica o alcance dos eventos artísticos. Por isso, está pronto para buscar novos horizontes.

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O Rock Resiste em Frederico Westphalen

 O cenário do rock em Frederico Westphalen e região continua pulsando, mesmo que com dificuldades, e novas gerações têm mantido o gênero vivo na cidade. Entre esses nomes está Everton Drechsler — ou Jack, como é conhecido artisticamente —, compositor e instrumentista movido por uma paixão pela música. Desde cedo, Jack demonstrou habilidade musical: aos cinco anos, se apaixonou pelo teclado; aos doze, aprendeu a tocar guitarra; e, aos dezoito, foi cursar música na Universidade Federal de Passo Fundo. Para ele, a música nunca foi apenas um hobby, mas sempre uma vocação.

 Em 2020, Jack lançou seu primeiro single autoral, intitulado "Coronavírus", inspirado em uma situação profundamente dolorosa: seu pai, que o incentivou a aprender teclado na infância, estava doente devido à covid-19. Essa canção é uma das cinco músicas autorais que Jack disponibilizou nas plataformas de streaming, refletindo sua sensibilidade artística.

 Após concluir os estudos em música, Jack retornou a Frederico Westphalen e encontrou um cenário musical surpreendente. “A parte musical está bem bacana, é um cenário bem interessante aqui”, comenta. Reconhecido entre os jovens da cidade, Jack se destaca como instrumentista, compositor, cantor e professor de música, o que lhe garante uma ampla rede de contatos no meio musical.

Uma parceria de destaque em sua carreira é com a banda Grimória, fundada em 2020 por Bela — nome artístico de Isabela da Rocha. Juntos, Jack e Grimória trazem uma nova energia ao rock local, conectando passado e presente na música.

 Assim como Jack, Bela também se encantou pela música ainda na infância. Para ela, o que a atraiu para os palcos foi sua paixão pelo espetáculo e pela performance. Sua banda nasceu de uma apresentação casual no Toca Social Club, onde músicos de toda a região podiam formar uma banda para tocar por uma noite. Da experiência, surgiu a Grimória. Apesar de formada em 2020, a banda só iniciou as apresentações ao vivo em 2022, devido à pandemia da covid-19, que causou atrasos. Durante esse período, o grupo se manteve ativo pelas redes sociais, conquistando público e se preparando para o futuro.

“A gente sempre tem essa vontade de criar, de colocar a nossa ideia no mundo”

- Bella

 Em dezembro de 2023, a banda lançou sua primeira música autoral, tendo uma recepção positiva. No entanto, divergências internas sobre o futuro da banda causaram um hiato no início de 2024. Alguns integrantes viam o grupo como um hobby, enquanto outros queriam investir na música como profissão. Após a saída de dois membros, a banda seguiu com Bela (vocalista), Tiago Bach (baixista) e Álvaro Rejeneski (guitarrista), com foco renovado.

 Agora trabalhando em um álbum autoral, Grimória enfrenta desafios como a valorização financeira. Bela comenta as dificuldades iniciais para que os contratantes respeitassem o cachê da banda. “O segredo é confiar que você entrega algo que vale aquilo que está cobrando. E fazer a pessoa entender que ela não está pagando só pelo show de uma hora, mas também por todo o investimento e horas de ensaio”, explica. Em relação aos ganhos com streams, Bela ressalta que mesmo após um ano, a música "Altar" ainda não pagou os custos de produção, o que faz com que todos os integrantes mantenham trabalhos fixos. Ela, por exemplo, atua como social media.

 Grimória equilibra seu repertório entre músicas autorais e covers de canções famosas que combinam com sua identidade, atraindo tanto o público familiarizado quanto os novos ouvintes. Recentemente, a banda lançou uma nova versão de "Altar" em parceria com Jack, e o objetivo para 2025 é focar 100% na produção de um álbum autoral. Jack compartilha esse desejo, buscando criar mais músicas e performar ainda mais.

Com persistência e paixão, Grimória e Jack representam o futuro do rock em Frederico Westphalen, mantendo vivo o espírito de um gênero que resiste ao tempo e às mudanças.

CoronavírusJack
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